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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Literatura italiana

O italiano atual é uma evolução natural do latim que se falava na península depois da caída do Império Romano. Ainda hoje se investiga se o latim vulgar era também meio de expressão literária em Roma ou unicamente uma língua popular, é muito provável que se misturassem. Determinadas palavras derivadas do grego nos lembram a época da dominação bizantina, ainda que algumas delas foram adotadas pelas cruzadas ou o comércio. As invasões sarracénicas também deixaram algumas palavras de origem árabe, sobre tudo em Sicília. Outras palavras latinas entraram na língua indiretamente através do francês ou o provençal. Os períodos de conquistas teutônicas não marcaram a língua de uma maneira notável e tem poucas palavras de origem germânica.

O crescimento da literatura escrita e oral se produziu no século XIII. Este período também foi frutífero para o ressurgimento civil e da política nas cidades italianas, assim como para o renascimento na arte e a cultura depois da dominação bárbara.

Houveram várias tendências literárias no século XIII: poesia religiosa, a poesia que haviam tornado popular os lugares franceses, poesia cómico-satírica de Cecco Angiolieri, poesia caballeresca (as canções de gesta derivadas dos franceses), prosa didática e moralista na que destacou Brunetto atini e a poesia de amor que foi a mais estendida.

O século XIII

A literatura italiana nasce a princípios do século XIII. as influências que impulsaram sua criação foram sobre tudo religiosas e São Francisco de Asís junto a seus seguidores foram os criadores da lírica auda, que era uma canção sagrada popular que se conhecia no centro da Itália. São Francisco compôs um dos poemas italianos mais antigos, "Cantica do Sole", ou "Laudes Creaturarum" (1225), uma improvisação sublime -dizia Paschal Robinson- mais que uma produção literária estrita. O movimento literário mais importante da segunda metade do século XIII foi o que Dante chamou o "dolce stil novo".

O século XIV foi um período de mudanças na cultura e vida medieval que deram passo a um novo conceito da existência. Também se refletiu mais maturidade na tradição literária que teve sua maior expressão graças ao florentino Dante Alighueri. Suas obras foram a origem da tradição literária e lingüítica moderna. a lírica mais recente se recorre na "Vita Nuova", uma autobiografría na que o autor canta a sua amada Beatriz, este amor transcende ao amor a Deus. Dante trabalha os temas do espírito, a cultura e a política em obras anteriores a divina comédia como "Convívio","De vulgari eloquentia" e "De monarchia".

A obra mais importante de Dante é a divina comédia, uma obra complexa e muito poética que trata um tema muito amplo. O conteúdo une a cultura e o espírito da idade média e põe de manifesto a fé religiosa de uma realidade construída e dirigida por Deus.

Século XIV

Na Itália e em outros lugares, este é o século da literatura mística, se traduziram algumas das Sagradas Escrituras e obras dos apóstolos, como cartas, sermões e outros tratados religiosos. O valor linguístico destes tratados é comparável ao fervor religioso que contém.

A prosa do século XIV se caracteriza pela produção de literatura religiosa, provocada em grande medida pela educação religiosa do momento. Prova disso é a quantidade de sermões, tratados doutrinais e biografias de santos (quase sempre Saint Francis e Saint Catherine) que se produziram na época, o que nos da uma visão do grau de cristianismo da época. Também tiveram obras históricas, latim e em italiano, que são conhecidas por sua vivacidade e narrações consistentes.

O Renascimento

Os ideais do humanismo culminaram no Renascimento. O Renascimento italiano foi um período glorioso para as artes que deu exemplo ao resto da Europa graças as obras de Masaccio, Piero della Francesca, da Vinci, Michelangelo, Raphael, Donatello, Botticelli, Brunelleschi, Bramante, etc. Foi o ponto de partida para a civilização moderna. Este período se caracteriza pela ideia do homem como centro do universo, como protagonista e criador de seu destino, pelos ideais de graça, beleza, harmonia, pela glorificação da liberdade individual e a síntese entre o homem e a natureza.

O Renascimento italiano se divide em duas partes: o renascimento recente, desde a volta dos pais de Avignon (1377) até a invasão de Carlos VIII (1494), Quatrocentos; e o renascimento tardio, desde a derrota dos franceses de Fornovo (1495) até a delegação do ducado de Ferrara a Santa Sede, Cinquecentos.

A Decadência

O Renascimento havia esgotado o gênio criativo dos italianos e a nação estava destroçada pelo Tratado de Cateau-Cambrésis (1559). A finais do século XVI a decadência começou a aflorar e durou todo o século XVII (Seicento) e a primeira metade do século XVIII (Settecento), esta foi a pior época na historia da literatura italiana.

O escritor mais conhecido da época foi Galileo Galilei (1564-1642), ainda que era científico, suas obras foram reconhecidas por seu elevado nível literário. Francesco Redi (1626-1698) era um distinguido físico também conhecido por ser filólogo e poeta. Os principais escritores do século foram três jesuítas que combinaram a devoção e o estudo com o estilo literário. Seu estilo foi menos livre que o de Galileo que nunca foi superado por nenhum de seus contemporâneos. O Padre Sforza Pallavicino (1607-1667) escreveu a historia oficial do Concilio de Trento, refuntando a de Fra Paolo Sarpi (1552-1623), e tratados éticos e religiosos do que hoje em dia ainda se leem "Arte della Perfezione Cristiana" e os quatro livros "do Bene", diálogos filosóficos que se mantiveram na vila do Cardinal Alessandro Orsini em Bracciano. O Padre Daniello Bartoli (1608-85) foi um escritor prolífico e brilhante, escreveu a historia da sociedade de Jesús em um estilo típicamente do seicento. O Padre Paolo Segneri (1624-94) reformou a arte da oratória religiosa e a liberou da corrupção da época.

Literatura moderna

Alguns dos escritores da literatura moderna que merecem menção são os siguintes: Italo Calvino, cujos contos filosóficos têm uma forma original ("Nostri antenati"); Carlo Emilio Gadda que utiliza uma linguagem antitradicional para refletir a sociedade contemporanea; Dino Buzzati ("Il deserto dei Tartari") e Elsa Morante ("La storia") que estuda a psicología do homem. a novela de suspense italiana mais conhecida internacionalmente é Em nome da rosa, de Umberto Eco.

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